Disse Jesus:
“Eu quero Misericórdia, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.”
Desde os primórdios da humanidade o homem é levado a entender que a religião é o caminho para encontrar Deus. É o religare, forma humana para em comunidade trilhar o caminho que liga a Deus.
É na religião que o ser humano, homem e mulher, expandem a fé e encontram forças para acreditar que é possível alcançar a iluminação e viver uma vida de felicidade plena.
Quem faz essa caminhada precisa saber que é um “caminho estreito”, repleto de dificuldades e que muitos são vencidos pelo cansaço, pelo desânimo e, quanto mais caminha, mais caminho há para caminhar, não há fim.
A fé é o único combustível para que esse caminho não seja tão árduo e evita que a exaustão seja a grande companheira de viagem.
A religião verdadeira é aquela que leva o homem a entender a sua fé e o ajuda a passar pelo crivo da razão a sua esperança, para que ela não seja vã.
Religião é aquela que mostra que Deus não quer o sacrifício de nenhum de seus filhos, Ele quer oferecer a Misericórdia. Em Mateus, 9, 13 Jesus mostra o que Deus quer, realmente, de nós:
“Ide, porém, e aprendei o que significa: Eu queroMisericórdia, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento”.
Aqui o Mestre Nazareno relembra uma passagem do Antigo Testamento onde uma afirmação de Deus é feita ao profeta Oséias (6, 6):
“Misericórdia quero, e não sacrifício e o conhecimento de Deus, mais que os holocaustos”.
Isso mostra que o verdadeiro sentido da religião está no amor misericordioso e não nas ofertas vazias, que desde os tempos de nossos antepassados mais longínquos são oferecidas a Deus para aplacar a sua ira quanto as nossas faltas ou atitudes equivocadas.
Essa passagem nos alerta para que não tenhamos compromisso com as ações sacrificiais, como viúvas do gazofilácio que dá da sua indigência, ou como aquele, seja no passado ou no presente, que para fugir da responsabilidade direta escolhe o que de melhor pode oferecer acreditando que está comprando a misericórdia Divina.
O que Deus disse a Oséias e o que Jesus relembra no debate com os fariseus é que o Senhor já está cansado de ver animais serem sacrificados, ou pais sacrificando os seus filhos, e esses sacrificando seus pais, para oferecer banquetes àqueles que nada tem a oferecer senão palavras fúteis e que nada acrescentam a vida humana.
O verdadeiro sentido daquele que acredita que Deus é misericordioso é trabalhar para que a sua misericórdia chegue a todas as vidas humanas; é olhar pela criança abandonada, pelos órfãos, pelas viúvas, para os desamparados da carne e do espírito; é fazer chegar a todos os corações endurecidos a palavra divina da libertação, abrindo caminhos, expandindo a cura para todos os males.
Aquele que acredita que Deus é amor e a Sua Misericórdia é grandiosa, coloca no altar divino apenas uma oferenda, a do trabalho profícuo de levar amor aos corações da humanidade, sem considerar ser esse um ato de sacrifício, e sim um ato de amor.
Aquele que não vende e não compra a sua fé, ao colocar a cabeça no travesseiro, ouve apenas uma voz celestial a dizer: “Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber”.
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